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domingo, 30 de agosto de 2009

A Fórmula-1 dos cavalos: final do Freio de Ouro ocorre neste domingo

Negócio movimenta milhões de reais e evoca mais de dois séculos de aperfeiçoamento do cavalo crioulo



Ao sentar-se na arquibancada do Freio de Ouro neste domingo, na Expointer, o espectador assistirá ao capítulo final de uma competição que começou há um ano e envolveu mais de 1,2 mil cavalos crioulos de três países. Transmitida para todo o país pelo Canal Rural, a premiação colocará em evidência, mais uma vez, a tradição e a cultura de uma das mais valorizadas raças equinas, um evento que atrai pelo menos 15 mil pessoas à pista da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio.

Nenhum outro evento leva tanta gente para a Expointer. Neste domingo, com previsão de tempo seco e calor, espere arquibancadas cheias e um burburinho que não se repete nos demais dias da feira. Realizada há 28 anos, a disputa visa a selecionar os melhores desempenhos na prova máxima da raça crioula, o cavalo mais tradicional do Pampa, que serviu de montaria em guerras e no dia a dia da lida do campo.



Estima-se que a competição movimente pelo menos R$ 500 mil, somente na organização das provas classificatórias e finais, um valor praticamente irrelevante na comparação com o dinheiro investido pelos 20 mil criadores do país. No ano passado, a comercialização dos crioulos foi responsável por 70,7% do total de animais negociados durante a Expointer, um expressivo resultado de R$ 7,5 milhões.


Ao longo do ano, as vendas de cavalos crioulos registradas em leilões oficiais chegam a R$ 80 milhões, segundo o presidente da ABCCC, Roberto Davis. Uma década atrás, não totalizavam R$ 9 milhões. E o motor desse mercado é o Freio de Ouro.



No mundo crioulista, o prêmio é uma espécie de selo que garante a qualidade da genética da linhagem. Equivale a um Oscar, a uma medalha de ouro olímpica, ao título da Copa do Mundo. Um troféu incontestável, gravado na história da cabanha proprietária, do ginete e na genética do animal e de seus descendentes.

Para Davis, muito além das razões econômicas que levam investidores a pagar centenas de milhares por um cavalo, está em jogo a manutenção de um ciclo de aperfeiçoamento da raça que foi iniciado há dois séculos.

— Esse animal carrega com ele a demarcação da fronteira. Tudo foi feito em cima desse cavalo. Era um instrumento de guerra e um companheiro na lida do campo. E o Freio resgata essa funcionalidade — derrama-se o presidente da ABCCC.

http://www.clicrbs.com.br

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