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sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Trânsito Interrompido



Trânsito interrompido, falta de luz, árvores quebradas, postes caídos. Entre o caos e a destruição sempre há a oportunidade de descobrir o novo. Em meio ao desastre, surge a inovação e o inimaginável torna-se possível. Aquele arroio, que sempre foi sinônimo de poluição e desprazer para a população de Porto Alegre, hoje serviu de prova que com coragem e criatividade podemos superar qualquer limite e transformar o mais azedo dos limões na mais doce limonada. Para quem mora em Porto Alegre a prática do surf está no mínimo a uma hora de distância, mas nesse dia dezenove de novembro, em meio a tanta chuva, confusão e algumas testemunhas, quatro jovens fizeram história. Juliano Didonet, Nelson Pinto e Ricardo Dullius, registrados pelo olhar único de Mark Daniel, provaram para aqueles que julgavam que surfar na capital gaúcha era algo impossível, que a partir de hoje esta afirmação não é mais válida.


Sem nenhum planejamento, ao perceber que o arroio dilúvio apresentava condições de ser surfado, Juliano logo comunicou ao resto do pessoal sobre a situação. Em instantes, todos estavam na beira da Avenida Ipiranga. Latas, troncos, sacolas e objetos não identificados eram levados pela correnteza e tudo indicava que aquela idéia não tinha nada para dar certo. Indo contra todos os conceitos do bom senso, Nelson entrou na água seguido por Ricardo e Juliano mostrando para todos que é possível surfar em Porto Alegre.

Muitos acreditaram que a poluição do dilúvio poderia ser um fator negativo para eles, mas na verdade o único revés foi a não participação do idealizador da proeza Felipe Drummond, que estava trabalhando durante o feito.

Em um curto espaço de tempo, pessoas que passavam por ali se aglomeravam em volta da onda a ponto de parar o trânsito. Eram pedestres, motoqueiros, motoristas e cidadãos que no meio de suas rotinas presenciavam uma cena completamente inesperada. Foi um momento surreal que quebrou esse incrível paradigma. No final de tudo o que ficou claro é que a vida é muito curta para se passar em branco.


Texto de Henrique Wallau
 
 
 
http://resting-bird.blogspot.com

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