Em tom de desabafo, em seu primeiro pronunciamento após o arquivamento do pedido de impeachment na Assembleia Legislativa, a governadora Yeda Crusius admitiu que o momento da compra de sua casa, no bairro Três Figueiras, em dezembro de 2006, foi um erro:
-Cometi um erro político, ao comprar a minha casa logo depois da eleição. Eu deveria ter previsto que qualquer mudança naquele período, para uma governadora ainda não empossada, provocaria desconfianças, mesmo que feito de modo legal, limpo e transparente, com cada passo registrado em cartório. Todas as investigações sobre a casa e sua relação com o Detran já foram feitas e concluídas. A casa é meu único patrimônio físico, de valor. Decidi que não vou vendê-la. A casa própria é o sonho de todo o brasileiro, e eu sou brasileira.
Segundo a governadora, a casa custou R$ 750 mil, dos quais R$ 500 mil pagos com recursos próprios (da venda de apartamentos em Brasília e Capão da Canoa do seu carro), e restante em prestações mensais, "tudo registrado".
Yeda falou à imprensa no final da manhã desta quarta-feira no salão Negrinho do Pastoreio do Palácio Piratini, acompanhada do secretariado, e declarou-se vítima de ataques infundados e injustos:
— Nos últimos meses tive que enfrentar o maior ataque político feito por segmentos da sociedade a um governante em toda a história do nosso Estado. Sofri na pele a dor da injustiça. Pedi que poupassem a minha família. (...) Segmentos radicais da oposição não vão parar, mesmo que não haja uma única prova. Mas eles têm conseguido lançar dúvida quanto à honradez da governadora, eleita pelo voto popular.
Ao falar do Detran, que deu início às investigações que lhe fizeram ré na ação de improbidade administrativa — seu nome já foi retirado do processo —, a governadora negou ter ficado alheia.
— No Detran, sinceramente, eu não errei. Assim que tomei conhecimento das denúncias, ao final de 2007, fiz o que faz um governante responsável, que age para que a investigação seja feita. Demiti a diretoria, abri sindicância, informei sobre tudo o que se relacionava sobre o velho Detran. Uma governadora não erra quando alguém do seu governo erra, mas erra quando ao saber não toma providências. Eu tomei. Amanhã vamos anunciar o novo Detran público que, eu tenho certeza, será modelo para todo o país — afirmou, sem dar detalhes.
Mais uma vez, Yeda criticou duramente o vice-governador Paulo Feijó, e pediu desculpas ao povo gaúcho por te-lo escolhido como companheiro de jornada:
— Não tive sucesso em tentar troca-lo ainda durante a campanha. O vice-governador decidiu praticar uma oposição contínua, trazendo um mal-estar. Mas considero que o comportamento do vice é individual. Ele não condiz com a tradição do seu partido. E por causa disso, continuarei trabalhando dobrado, com a ajuda do secretariado.
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